segunda-feira, 14 de março de 2011

Que parva que eu sou - Deolinda

Quem disse que já não se faziam hinos....

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!


Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.


Actualização: já disponível o mp3


A canção foi estreada no primeiro concerto de Deolinda no Coliseu do Porto, no dia 22 de Janeiro. Foi, se não me falha a memória, no primeiro encore. Mesmo sem que o povo presente conhecesse o tema e a letra – afinal era a estreia – o tema fez sucesso imediato e foi dos mais aplaudidos da noite. Sintomas dos nossos tempos.

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